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Poesias-->Entre a Serra e o Mar -- 25/01/2003 - 21:06 (Carlinhos Pink) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
à sombra da carnaúba tuas alvas mãos me serenam a alma

de todas as vagas do mar desponta uma alcione de todos os entes

singrando mais e mais pela tez com seu rafeiro em um jirau em rulho

uma jati faz ninho na mesma oiticica de uma ará às ignotas

lesta o pajé proclama Iracema a filha de Tupã

traga igaçaba e sua cauã a desfraldar maracás em terras distantes

à sombra da jurema um mancebo a espreita mavioso a tocar boré

Martim, um emboaba, a apaixona, encarnando tacapes e pocemas

enquanto a índia com seu menibi o serve cauim, ele passa a pressago

e sobe as faldas em seu recôndito anhangá, vil e lânguido em delírio

anteviu o camucim de sua amada a alimentá-lo de seu moquém

juruparis crebos que ele expulsa em frenesi

como a inhuma usa sapopema a devolver-lhe anjos e suas inúbias

pai e filha apostam caiçara em sinistras deformações sanhosas

o guerreiro sente abrir-se em seu flanco o antro do crepúsculo

e em seu ímpeto e langue chama Iracema a himeneu

mesmo à ameaça de turbarem os espíritos

então todos os abaetés soltam arpejos juncados e enrubescem

à sombra da jatobá eles sobejavam-se e arrojavam-se

surdindo da alvura do tempo tapuias em fasquias

e todos a burlarem copiar e cravarem lapas onde obraram jaçanãs

da mandioca a maniva e do angico o cocar e araçóia

são presentes da amada Iracema ao guerreiro Martim

esperando jenipapos amarelecerem

para em suas aljavas prenderem goiamuns

e o guerreiro sempre parte para desventura de sua esposa

pois erma como a copaíba traz no âmago o filho querido

que mais tarde construirá com ubaias e jacarandás uma bela igara

e não muito além vê-se pirogas das mais altas copas

com Iracema impassível a contemplar “o primeiro que mordeu o pó”

para de repente de seu pranto uma ventura

por seu esposo não ter sido o alvo de sua desesperança

sabendo que quando vier o filho “ele chupou tua alma”

tentando de todas as formas, mas em vão, apojar as mamas

contendo-se, então, a abafar a fome de seu rebento às carimãs

quando iraras chegam aos avaros e intumescem-se débeis os seios

logo Martim vislumbra Iracema desfalecida e após morta

doando-lhe o filho em resinas odoríferas pondo murtas em seu jazigo

e o guerreiro plangente serpeja o sagrado lenho e a tribo viu a luz

medraram, germinaram, desejos e anseios da índia dos lábios de mel

“o bronze sagrado ressoou nos vales onde rugia o maracá”

e enfim vieram Camarão, Albuquerque, e novamente Martim

que nestas plagas voltou a cismar sua agra e eterna saudade
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