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Poesias-->26. NECESSIDADE DAS VIRTUDES -- 01/02/2003 - 08:16 (wladimir olivier) |
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As asas libertárias dos meus versos
Vão transportar-me ao Céu, onde diversos
Parentes e colegas já me esperam.
Na ânsia de fazer-lhes referência,
Quase me esqueço aqui de dar ciência
Das virtudes que lá mais preponderam.
De todas, é o amor a mais freqüente,
Por não se compreender que ali a gente
Possa pensar em si e não no mundo.
Fazer o bem, então, é conseqüência
De se seguir a lei, em obediência
A um sentimento d’alma mui profundo.
Vou suspender a lista, p’ra dizer
Que é no Evangelho que se vai saber
Como se dão as coisas lá no etéreo.
Não hão de existir dúvidas p’ra mim:
Lá não pode subir quem é ruim
(E isso não faz parte do mistério).
O coração do povo bate forte,
Quando percebe que está perto a morte,
Tendo perdido o tempo em vã quimera.
Aí, dá uma de real farsante
E bate o pé e afirma e mais garante
Que já está pronto para a nova esfera.
É muito fácil pressupor que a vida
Abriu as portas da melhor saída:
É só contar os feitos evangélicos.
Se o “cara” não fez nada de valor,
Como haverá, no etéreo, de compor
Outros cantares que não sejam bélicos?!
Não recrimino quem não teve o dom
De perceber que a chave era ser bom,
Já que eu fali, na Terra, várias vezes.
Mas, para aqui chegar e fazer verso,
Eu pus de lado o meu sentir perverso
E rejeitei os vícios mais soezes.
Hão de pensar que há muito estou à espera
De me elevar àquela tal esfera
Em que me aguardam os meus bons amigos.
É verdadeira essa suposição,
Pois é preciso conseguir perdão,
P’ra não corrermos riscos nem perigos.
Como lhe sabe a vida nesta hora:
Será que já é tempo de ir embora,
Ou falta ainda muito por fazer?
Já aproveitou os gozos da epiderme,
Na qual irá refestelar-se o verme,
Ou quer cumprir ainda outro dever?
Jamais é tarde p’ra fazer o bem:
Basta pensar que a vibração contém
Os fluidos úteis p’ra qualquer pessoa.
Um pensamento para alguém que sofre,
Mesmo vazio de amores nosso cofre,
Nos páramos do Céu, também ressoa.
O que dizer, então, de um simples verso,
Que deixa o coração no amor imerso,
Oferecendo ao Pai bonita prece:
— “Senhor, tende piedade de quem erra.;
Fazei com que compreenda, já na Terra,
De quais virtudes é que mais carece!”
Desta humildade não me vanglorio,
Por sentir n’alma o sério desafio
De vir mostrar aqui tudo o que posso,
Pois o caro leitor se persuade
Do roteiro do amor e da verdade,
Quando nos ouve recitar: — “Pai nosso...”
Vai demorar o dia da subida.
É como se estivesse em meio a vida,
Estando o bom dever pela metade.
Ao se montar o verso com amor,
Esteja a rima rica quanto for,
Nós só nos alegramos, caso agrade.
Eu vou deixar a mesa nesta hora,
Pois o regulamento inda vigora
De um número de trovas, cada dia.
E, quando existe reunião no Centro,
É bom mostrar que a turma está por dentro,
Fazendo depressinha esta poesia.
Muito obrigado, ó caro e bom amigo,
Por me ter dado tão gentil abrigo
E ter ficado um pouco além da hora.
O peso da responsabilidade,
Que sua alma, com fervor, invade,
Irá trazer-lhe a paz, se for embora...
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