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Poesias-->Para a mestra, com carinho -- 01/02/2003 - 13:05 (Rubens Lunge) |
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I - Tempestade
Pensei num petardo: um poema!
Mas nem sempre o retardo
Permite ver na lua as curvas de Moema.
Talvez um hai-kai, simples rés-de-chão:
Mas nem sempre o pensamento vão
Consegue compreender até onde a palavra vai.
(A palavra é explosiva!
É como lançar
Para o infinito um ‘ai’ e do calabouço promover revolução! Mas, para tanto, há que se ter ouvido e coração.)
Pensei num tema grandiloqüente,
Mas nem ele e nem o canhão têm
Algo a ver com a gente:
Humanidade no círculo, de infinita propulsão!
II - Dor
Pensei na palavra
Donde nasce o poema.;
Na palavra primavera,
Na palavra indigente,
Na palavra gasta,
Nas palavras antes e depois.
Na palavra que sempre fica no meio do caminho.;
Na palavra que vira ponto e contraponto,
E naquela que transtorna e faz do ser
- planejado, medido, quantificado e controlado -
Um demente!
III - Círculo
Qual a palavra que vai na lembrança?,
Que nos deixa no mesmo lugar
Ao mesmo tempo em que avança?
IV - Turbulência
Com que tristeza o vento fez saber
A toda gente,
Que ao bom o prêmio
É um convite seboso,
Gasto e ultrapassado,
Para a porta ao lado...
E assim fizeram se ir mais um rio d’águas turbulentas e profundas,
casa de idéias,
de confrontos,
de desafios,
E orientados pelo carrasco, pai d’O Príncipe,
Os insuflados predadores dos campos de margaridas, - mais do que mal-amados, portanto -.;
Fofoqueiros da corte, e a inábil cortesã - que se delicia nas feridas e no pus alheio,
Trôpega e rodeada pelos diplomados na xincalharia -
Espalharam o terror da boataria.
V - Estrela
Mas, qual... Entre um riso torto, cinco ou seis torturados
Pelos demônios do futuro sombrio,
Tentam alargar horizontes, fazendo da várzea mais um rio,
E dos rios que aqui fora já brotam,
Vai se formando um mar de luminosidades infinitas,
Onde a estrela mais forte brilha!
Vem, ilustre filha,
A estrela acolhe quem não teme o estroar, os urros raivosos, os socos imperiais, desmedidos, os incontroláveis faniquitos...
VI - Réquiem
Não somos diferentes neste cenário,
Porque aquele que não teme perder
Ainda guarda, como tesouro,
A palavra-ação: compartilhar! |
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