E o mundo calou-se perante, mudo, não se compreendeu. Na interação perfeita da gravitação universal, perdeu-se. E no universo pendente, procurou uma resposta longínqua, nos confins do etéreo negro absoluto. E não a encontrou. Vasculhou o cosmo em busca de mensagens perdidas, entre órbitas do nada, esvaiu-se em dúvidas e hesitações. Perdeu-se em dimensões bizarras, alienou-se em seu esdrúxulo ser, impregnando-se de essências mortais. Seus impulsos tornaram-se cheios de ódio. A transição do transcendental para o ínfimo, obscureceu-lhe a mente carcomida de germes, que fustigavam-lhe o mal. E toda a sua sabedoria concentrou-se numa nojenta e asquerosa tarefa... o cultivo do pior e mais venenoso dos cogumelos.
O mundo mergulhou na opaca intransigência da incompreensão. Com todos os conhecimentos encerrados nos arquivos insofismáveis, contidos no seu corpo cheio de chagas, esmiuçador e desvendador dos enigmas e mistérios do Universo, porém estúpido e ignorante de seus atos.
Entorpecido por uma vontade incontrolável de destruir... sucumbiu.
Entre átomos e moléculas flutuava impingido pela Luz Eterna, difundindo seus fluidos energéticos pela rede intergaláctica, da qual já fazia parte, como microscópica semente já fecundada, pelo sêmen do amor, da esperança e da Paz Universal.
Mudo calou-se perante... mudo não se compreendeu...