Insisto em aprender a verdade, em cegar-me. Mas eis o paradoxo: Quero cegar sem me vendar. Vender-me à venda nunca! Então, ( numa vã tentativa de desafiar o monstruoso paradoxo e a extinta coragem): provoco rajadas de inocência furiosa contra esse desumano sonegar e aflijo-me.
Quero cegar a ver-me sem me ver cegar ( ouço-me agora e lembro-me criança, ânsia a ver-me a mim, aflita, a fatigar).
Repito: Não me posso negar. Negada está a verdade. Vende-se vendada e nega-se como tudo o que não existe, e que existiu, e que fora negado.
Coíbo-me à chegada da poesia: “Quando chegada a hora em que o Outono lentamente persistir em Inverno, e as temperaturas acudirem a um nível puríssimo, não haverá nada mais a fazer...” Cegarei regressado ao meu destino.
Mas quero cegar agora ( firo um nada da poesia ), que posso ver cego esse cegar evidente e devido.
Atingirei a essência mergulhada da verdade.; é essa que é passível de atingir e de se suportar, na apneia sistemática do livro.