LEGENDAS |
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Poesias-->VIA SATÉLITE -- 15/02/2003 - 13:11 (PAULO FONTENELLE DE ARAUJO) |
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Vi mulheres em uma guerra,
e vi seus artefatos:
batons de cores sanguíneas
e inacessíveis bocas-trincheiras.
Vi luz escapar do vácuo
e mulheres arruinarem corpos másculos.
Vi seus olhares de um espesso metal
e entendi a substância fusível que os unia;
a granada,
joia que reverberava
naquele campo de batalha.
Vi mulheres observarem os céus,
Não se perdiam diante da luz
Algumas eram girassóis
a procurar uma explosão de beijos;
eram polens estrepitosos,
seus rostos se desfaziam na fecundação
e as carnes se despetalavam na noite fria.
Vi mulheres buscando contato,
seus braços alcançavam uma frequência de
satélite,
os cérebros navegavam a onda hertziana
e atingiam a imagem televisiva,
Vitória-Régia a boiar em lagoa magnética.
Vi mulheres - também vi homens -
e eu possuía espaços e aletas metálicas,
e percebia-me um ser balístico,
sol fictício,
em direção aquele chão.
Paulo Fontenelle de Araujo
Do livro "bOROBOLETAS NOTURNAS NÃO EXISTEM"
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