Desce o meu corpo (ao) seio da terra

na hora precisa do meu passamento,

na (or)dinária seção desse evento

para encobrir as razões de quem erra...



Geme o meu peito no tédio da hora

como a ululância de (um) cão sem dono,

na languidez de um gigante que chora,

como um pedinte no seu abandono.



Deixo a minh alma no inferno que inflama

e ao fogo denso (a) minha maldade:

dote supremo de (um) condenado.



Deixo cobrirem meu nome de lama

pra que de mim ninguém sinta saudade

pois não mereço sequer ser lembrado...



Campo Grande-MS, 27.12.93 - 15:42