Ontem morri mais um pouco

por sentir teu corpo tenso

vibrante perto de mim.;

e me tornei triste, louco,

naquele mal vero e denso

que em mim marcava o meu fim,

e me assoprava o seu rouco

sinal de um sofrer intenso...



Hoje eu vi a flor formosa

que em olhos teus reverbera

com seu incenso de rosa

no jeito teu que é de fera...

e me amarguei te mirando

no mais profundo do ser

por mágoas que fui chorando

por dor que está a me romper...



Era tarde... tu fugiste

delgada de mansa lebre

do passo teu - pois partiste,

deixando em mim larga febre...

partiste... sem que tisnar-te

pudesse a (es)curidão...

vem mulher, quero abraçar-te

pra não morrer de paixão!



CPE-MS, 16.07.85 - 12:29