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Poesias-->EIS A DANÇA -- 22/02/2003 - 21:58 (PAULO FONTENELLE DE ARAUJO) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O casal gira e o samba envolve.

Sinta o calor do contato

sobrenadando o teatro,

vapor de um suor bailarino,

que atinge a coxia,

alcança tua poltrona,

e revolve o teu sangue.



Assistas ao bailado.



O casal prossegue,

raspam pernas,

a mulher sorri quando desliza,

e além do samba

resgatam danças antigas:

pulsos que estavam em ti,

o humano e o sagrado

a queda e o passo,

a bateria para além do cérebro.



Pois entre na roda,

arrisque um salto

- o salto mortal perfeito mostrará

que a vida te rodopia,

bate o pé ao seu lado

e você sempre esteve ali -

perceba o ritmo,

te legitime como dançarino

- no coração desde o princípio,

o ventre materno não escondia a folia –

no meio da coreografia das pedras,

dos espaços, das lembranças

e dos mortos,

pois se há enigmas e medos,

também há folguedos



Escute as palmas.

Todos dançam agora!

A luz acendeu-se.

Todos dançam agora!

O casal de bailarinos para,

cumprimenta a plateia.

A apresentação terminou.

O musical terminou.

O mundo não é tão absurdo.



Examine a plateia!

A paralisia dos olhares pede bis.







phcfontenelle@gmail.com



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