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Poesias-->Sonho sem sentido -- 20/02/2003 - 21:18 (Armando A. C. Garcia) |
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Número do Registro de Direito Autoral:131005767228852400 |
Sonho sem sentido
Iníqua tanta, tamanha e dura covardia
Que vingar da sorte eu queria ter podido
Mais que a ira e piedade a morte prometia
Fiado na promessa do amor comprometido.
Se tão bela era quanto imaginar eu posso
Lancei no negro esquecimento adormecido
Alegres apetites no interno do meu fosso
Dos quais não tive gosto, sonho, nem sentido ...
Adormecido no bruto sonho interno meu,
Nos anos a fio que descendo vão a fundo
Vens agora, despertar quem já sofreu
Quanto sofrer, a alma pode neste mundo.
Encontras em mim uma sombra do passado
Tão mal apagado o fogo do amor está
Por ti abatido, foi morto, sepultado !
Cumpra-se o destino. Põe nele a cal de pá.
Nos versos que escrevo, em vão pretenso intento
Foste imenso lago, no reino fundo de meu peito,
Imenso amor, intenso e diáfano pensamento.
Tu, cheia de medo e de receio do meu leito!
Não venhas agora aprisionar meus curtos dias
Não haverá quem ao amor, reserve resistência...
Nem o corpo, nem a mente lhe ordenaria,
Aquele que foi vencido, lutará com renitência.
Armando A. C. Garcia
São Paulo, 20/02/2003 (data da criação)
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