LEGENDAS |
(
* )-
Texto com Registro de Direito Autoral ) |
(
! )-
Texto com Comentários |
| |
|
Poesias-->Nau moderna -- 25/08/2000 - 19:08 (Ayra on) |
|
|
| |
Segue a proa e sem prumo e distante
Dos portos, em ventos trópicos.
Com homens de olhares céticos,
A nau miserável e descontente.
De passado, passado geneticamente,
De gente em gente na conta exata.
Ainda presente no fardo da cana e a chibata
Ainda pungente nas costas, secretamente.
Veio d além mar este azorrague
Tatuado no corpo exangue
Dos meninos descalços nas poças,
Mais cheios de vermes que vida.
Da gente enjuazeirada de promessas,
Abastada de fé e desnutrida.
O novo navio negreiro
Não vêm mais cheio de pretos,
Vêm abarrotada dos podres e dos pobres
Cheiros dos nossos valores e dejetos.
A nau moderna e caprichosa
De suas vergonhas, de seu atro,
Mostra o nu de nossa hipocrisia ruidosa
Audível no inferno e por entre os fetros.
|
|