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Poesias-->O segredo dos peixes -- 25/02/2003 - 16:09 (BRUNO CALIL FONSECA) |
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O segredo dos peixes
Era peixe ou piá
um manchado Nhacundá
era peixe ou guri
um barbudo de um Mandi
Nhundiaquara Nhundiaquara
que a Lontra matreira mergulhou
o rio fez a curva na toca do Bagre
e aos borbulhos da enxurrada o Martim-Pescador despertou
o Tejebo curioso deu um bote à flor da água
e viu
a algazarra
da Sairinha que cantou
sete cores
sete horas
à tardinha
um Mandi barbudo roncou
a Jasseraia na correnteza
a Rabeca com ligeireza
na pedra de limo se grudou
o Sol faiscava nas pratas do Lambari mas
havia ouro
no cascalho
e nos olhos do menino tinha
Muçum, Camarão-Ferro e o Acará
Traíra a vontade de ser peixe o pequenino
era peixe ou piá
um manchado Nhacundá
era peixe ou guri
um barbudo de um Mandi
também havia medo
que ficou escondido dentro do Bacucu
na sombra de um poço profundo
ficaram guardados os segredos
como posso Robalo se foi
o Cascudo-Preto quem guardou bem fundo
Nhundiaquara Nhundiaquara
que um dia teu acalento me embalou
numa jangada de bananeira por entre as ribanceiras
ouvi dos peixes aquilo que você ensinou
há quanto tempo
há quanto tempo
e ainda guardo o teu segredo
junto com os meus brinquedos
a distância do meu mundo
ainda está entre as tuas margens
com o Robalo com o Cascudo-Preto ou Acará
mergulhado num poço profundo
era peixe ou piá
um manchado Nhacundá
era peixe ou guri
um barbudo de um Mandi
O Bugio
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