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Poesias-->Interiores -- 03/03/2003 - 02:45 (Magno Antonio Correia de Mello) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O pesadelo continua

imerso na face escondida da lua

voltado para os olhos negros

do infinito.

O pesadelo troveja

afogado em mil copos de cerveja

disfarçado de ser humano

perdido.

O pesadelo cai do muro

abafa as mágoas no peito duro

seca os canaviais

desfaz-se por inteiro.

O pesadelo não diz a que veio

quebra a cara e o vento ao meio

repete tolices

vacila.

O pesadelo se cala

no meio dos córneos enfia uma bala

ergue os olhos para os céus

regurgita.

O pesadelo não sou eu

pois tudo em mim se perdeu

a água viva

a víscera feia.

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