Na verdade nunca haveria vida, sem esse teu compromisso.
Eu queria tanto te dizer alguma coisa.
Qualquer coisa, mas qualquer coisa que eu diga
Nunca reflitirá essa tua divina essência.
Se eu tentar falar de amor
Jamais exaltarei tão profunda poesia
Que embora fustigado pelo nosso dia-a-dia...
Tu mulher!...
Requesta taciturna, quando em leito da tua moradia.
Se eu tentar falar de afagar a dor!...
Por favor me dê outra sintonia!
Eu jamais saberia traduzir a cor, ou pelo menos imitar com ousadia,
Essa teimosia,
Esse calor aguerrido,
Essa luz, que em tantos invernos, em tantos escuros de horas imensamentes sofridas abrigas nas mãos pequeninas, brancas ou negras, calejadas ou refinadas, aquela singela alegria,
Que entorpece a alma,
Que nos faz aliviar do pecado, que nos permite amar e ser amado.
Hoje se não fosse a chuva,
Se não fosse a oitava sinfônia dos pássaros,
Se não fosse o brado vivo de meu filho que veio ao mundo,
Se não fosse aquele instante único do prazer,
Se não fosse a rosa num ínsito de orvalho, o que eu diria?!...
Nessa minha boca, de grossos lábios e verbos curtos,
Nesse meu peito de erros e acertos,
Não caberiam palavras pra verbar, ao menos obrigado
Por essa obra tão perfeita, quanto rara em todas as dimensões
Dessa nossa odisséia humana.
O que tem pra fazer nesse mundo que se divide pelo escuro, nos muros e em tantos absurdos?!...