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Poesias-->Decifra-me -- 15/03/2003 - 11:22 (Alyne Roberta Neves Costa) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


Eu sou uma sei lá...

Sei cá, sei ali

Sou também o que não sei

Uma não sei quem

Uma não sei o quê

Uma sabe-se lá o porquê

Eu sou a sobra de tudo que passei

Sou a bandeira de todos os recomeços

Sou fêmea, mentira e gema

Sou a partida e a lágrima lambida

Sou o pico do desespero

Sou o pincel e a aquarela

Sou a tinta azul-verde-e-amarela

Sou a caneta e a página em branco

Sou o teclado e a tela

Sou vários links e formatações

Sou o cochilo e o solavanco

A sujeira do pé do mendigo que dorme nú

Sou a calçada e o banco vazio de uma praça

O vestido de Lady Di num leilão

Sou o pássaro e o alçapão

E nas copas das árvores, meu tapete verde

Sou a fome da multidão

Sou a esperança sadia da utopia

Sou a nevralgia e a solidão

E entre o céu azul e o sol que viola o olho que acorda:

Decifra-me



Salvador, 15 de março de 2003

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