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Poesias-->VOZES NA NOITE -- 03/09/2000 - 10:58 (jorge viana doria) |
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VOZES NA NOITE
Enfim, pararam na praia,
sentaram na areia e começaram a rezar.
De tudo que falaram,
contaram tão pouco, mas o bastante para começar.
Fluíram energia,
trocaram carícias, juraram lealdade e verdade
até dormirem no tempo.
E o tempo chegou rápido como um relâmpago.
O mar parecia que continuava calmo e sereno,
enquanto no céu espreitava luar forte escondido
em meio a dois corações com medo.
As palavras tiranas não foram ditas,
talvez porque não houvessem.
As vozes que ecoavam na praia eram sabidas
e entendidas pelo simples molusco que dançava nas ondas.
Cérebros aflitos pensando em seus próprios conflitos.
Bocas nervosas se beijando em meio ao desafio,
filhos de Deus que se subjugavam ao som da maré,
na franca tentativa de encontrarem a paz...
De repente a palavra amor ecoou na areia,
como um coro feito por outras tantas vozes
que naquela noite falavam e juravam
frases miúdas, tranqüilas, serenas, profundas e diretas.
Quanto tempo não se via tanta ternura, tanto pudor.
Quanto tempo não se imaginava parar o próprio tempo.
Quanta dúvida dirimida,
quanto amor escondido à espera de um coração.
Sofridas desilusões não esquecidas.
Carentes ânimos conhecidos e tão pouco murmurados.
Olhares perdidos, emudecidos,
pelas vozes da paixão calada pelo amor e pela dor.
Ao final do discurso,
via-se, bela e formosa, uma estrela cadente,
levando com ela todos os pedidos para conservar o amor ardente,
na esperança, tão-somente, de voltar a revê-lo, em breve,
noutra noite...
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