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Poesias-->Lua negra lua branca -- 25/08/2000 - 18:17 (Ayra on) |
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Há em mim, uma fagulha rubra.
Fagulha de vida.
E em meu peito, uma janela,
Onde a prostituta se oferece.
Brilha o luzeiro
Avermelhando as tetas por cima.
Há, em mim, uma fagulha alva.
Fagulha de vida.
E sob um vitral multicor
Repousa um templo de paz.
Nele uma virgem abençoada,
De joelhos e de branco, roga por mim.
O que os olhos enxergam lá fora,
A puta e a senhora enfeitam aqui dentro.
Ora ruboriza de pudor, a puta.;
Ora excita de desejos, a imaculada.
Poucos são os momentos verdadeiros...
(E a rapariga faz festejo aos marinheiros.)
Ela a gozar seu contento.
Poucos, são esses momentos de paz...
A madona regozija-se de fé, iluminada, toda .
Ela toca sua face ao frio gesso da imagem.
A decaída e a bondosa
Tocam-se de jeito luxurio.
Irmãs, beijam-se o beijo do incesto.
Delas sou um trepar lascivo.
A gloriosa e a meretriz demônia,
De joelhos, as duas, em cerimônia.
De mãos postas, olhos de júbilo,
Oram e agradecem.
Delas sou suas orações.
Em comunhão, a depravada escuta
O orar da virtuosa puta.
Em comunhão, a vitoriosa olha admirada
O coito sujo da safada honrada...
Eu estou em paz.
Amor
Saudade
Namorado
Carinho |
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