LEGENDAS |
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Poesias-->Bagdá -- 21/03/2003 - 22:36 (Rubens Lunge) |
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Retire-se da sala acolchoada
E caminhe nas valas sujas de sangue
Desligue a TV
Arranque os fios da parede
E apalpe os cemitérios da Humanidade
Apague a imagem que toma conta a partir do Norte
E carregue nos braços
Num abraço
O corpo frouxo, amarelo e feio da morte
Feche os olhos diante dos uniformes e das condecorações
E cheire na pele a doença e a fome do embargo
Vire-se do avesso para ver as próprias tripas
Enquanto empunha um fuzil
E um tanque de última geração esmaga as suas pernas
E tocando no horizonte
Como um consolo
Bombas imitam os sóis de Maomé
E como raios que nascem do nada
Violentamente a claque embevecida aplaude
Aplaudamos os sangrentos da História
Para assegurar as próprias migalhas
E como cegos
Finjamos nunca mais ver
As 1001 noites bombardeadas
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