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Poesias-->As flores do cemitério -- 22/03/2003 - 09:16 (Eloise Petter) |
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E agora... quem diria???
Um canto na noite fria!!
Putrefatos clamam uma chance.
Quem diria, quem diria, quem diria!!
Ouço gritos e eles vêm do cemitério
e um beija-flor beija as flores:
lírios brancos e anis.
Flor tão linda, flor tão bela!
Como é doce esta quimera:
alimentada pela terra,
pelo pó do cemitério.
E agora... quem diria??
É esta a poesia??
E a morte é tão bela:
se jogar pela janela,
acabar iluminada
tão somente pelas velas.
Tantos livros, tantos sonhos,
tantos poemas na caixa velha.
Acabar por assim dizer:
queimada na fogueira,
na inquisição teatral.
Eles me acusaram de bruxa,
fui herética e imoral.
Hitler me chamou de judia,
fui incinerada em Auschiwits
pelo gás frio e letal.
Mas eu não era judia:
fui cristã e fugi da abadia.
Perambulei pela noite com meus desejos carnais:
hedonista, masoquista,
nefasta, porém fatal.
Chamada ao tribunal desafiei a própria lei.
E as grades que me aprisionam eles enfeitam de flores!!!
Vejo daqui as flores do cemitério.
Quem diria, quem diria, quem diria??
Até os mortos têm amores!
E os cadáveres se beijando!!
E os cérebros putrefatos
pelos inquisidores condenados
a rir da própria agonia!
Quem diria, quem diria, quem diria??
Um canto na noite fria!!!
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