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Poesias-->UMA NOVA DÉCADA: UMA NOVA ESPERANÇA -- 06/09/2000 - 01:27 (Rosângela Soares de Sousa) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
UMA NOVA DÉCADA: UMA NOVA ESPERANÇA



Rosângela Soares de Sousa



Enfim, estamos numa nova década a brindar

os primeiros minutos com saudações festivas no olhar.

No peito, a euforia projeta muitos planos

que devem ser realizados no decorrer dos anos.

Nenhuma mágoa destruirá esse belo momento.

No qual os amigos se unem com o mesmo pensamento:

“Festejar e anunciar uma nova esperança” -

gritando pelas ruas com mais confiança.



Chegou a hora de construir os anos noventa

Assim como os jovens da década de setenta

lutaram com base na dos jovens de sessenta.

É preciso idealizar um sonho verdadeiro

que corra solto pelas veias do povo brasileiro

levando-o a lutar até o dia derradeiro.



Enfim, a década de noventa chegou

cavando um buraco no meu peito

e injetando uma esperança que ficou

e acordou velhos projetos desfeitos.



Vamos correr sobre cacos de vidro ao sabor da canção:

“Adeus década velha, feliz década nova...”

Nem tudo se realiza a cada década que vai nascer.

Bem aventurados os que não desistem da vida.

Infelizes os que continuam a acreditar.



Estou passando pela transição do tempo da matemática.

Pra nada me serviram a geometria e a gramática.

O desfile dos dias não passa festejando o final do século XX,

mas sim o enterrando a cada dia como se fosse o fim da linha.

Pra que vivemos?

Em quem acreditamos?



Somos todos ateus filhos de Deus.

Somos todos inocentes sob suspeitas dementes.

Somos todos livres pagando por nossos crimes.

Somos todos socialistas vivendo como individualistas.

Somos todos revolucionários conformados com os nossos salários.



Cadê a “Geração Coca-Cola”

que iria mandar os conservadores para a escola?

Cadê os surfistas

que prometeram ser ecologistas?

Cadê a clandestinidade da imprensa alternativa

que desfilou um dia com uma mensagem emotiva?

Cadê o cristianismo que prometeu a salvação,

enquanto pecado é livremente consumido pela nação?

Cadê o capitalismo que seria a suprema liberdade,

enquanto estamos presos na escravidão de uma sociedade?

Cadê a democracia livre e aberta

que pediu para o Brasil ficar alerta

e denunciar atitudes incorretas?

Cadê o nosso futuro?

- Está preso no escuro!...



Chamem os iluministas do século XVII

Clamem por Che Guevara

Gritem por Karl Marx

Implorem por Lênin e Trotsky

Exijam a volta do heróico defensor da ecologia:

- Chico Mendes!!!



Mas agora é tempo de curtir esta década,

este finalzinho de século que logo não será nada

dentro do contexto da história universal.

Chegou a hora de partir da linha de chegada,

correr por séculos da história herdade

pelos homens que viveram e que lutaram por um ideal.



É tempo de ter armas na mão isolada,

compreendida por dias inteiros de inconformismo.

Chegou um tempo em que não adianta fugir.

Chegou a hora de agir com a bandeira agitada,

massacrando calmamente o dogmatismo

numa canção que irá nos unir.



E nada permanece a não ser a esperança,

essa coisa tola que vem como uma criança.

Esperando qualquer milagre de presente

deste novo presidente

que diz se importar com a “minha gente”.

Continuamos confiando em promessas desencadeadas

que surgem como uma ilusão contrabandeada.

Continuamos a seguir a linha do horizonte

sem saber ao certo para onde.

Mas, caminhamos sem destino ou itinerário

para um futuro que talvez julguemos imaginário.



Itaquaquecetuba 1991-93

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