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Poesias-->Hartmann von Aue (1170-1215) -- 02/04/2003 - 10:36 (Elpídio de Toledo) |
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Hartmann Aue
(fl.c.1170-1215)
Há várias famílias cujo sobrenome poderia corresponder ao do poeta, mas não se sabe,
definitivamente, a qual a família ele pertenceu ou a qual família ele serviu. É provável que
ele tenha sido um suábio. Uma coisa parece certa — ele acompanhava pari passu o seu
senhor, e todos acreditavam que sua entrega a epopéias seculares era devida à tristeza
dele pela morte do seu senhor.
Os primeiros trabalhos dele foram poemas líricos, inclusive poesias de amor e canções de
cruzadas.
O Büchlein (O livrete) dele é um diálogo entre o coração e o corpo sobre a rigidez do senti-
mento de amor. O restante da sua obra consiste de trabalhos narrativos, dois deles base-
ados em romances arturianos do poeta francês Chrétien de Troyes.
Erek, escrito entre 190-1195, é a história de um nobre que se casou com uma mulher bo-
nita, mas, que se tornou tão cativo de sua esposa ("verligen", uxória) que ele descuidou
de perseguições aventureiras. Ele ouviu sua esposa lamentando as críticas da atitude de-
le, feita por alguns dos seus nobres. Pensando que ela compartilhava da opinião deles,
ele a leva para uma série de façanhas. Embora ele tenha lhe proibido que o advirta de pe-
rigos iminentes, ela desobedece e salva sua vida por várias vezes. Por fim, ele ficou
convencido de que ela era leal e foi aprender o pleno significado do amor cortês (Minne).
Hartmann segue Chrétien de Troyes bem de perto, mas usa alguns recursos além do acer-
vo deste. Após a morte do seu mecenas, Hartmann parece sofrer uma profunda reversão
de sentimentos, e seus próximos dois trabalhos são lendas exemplares.
Gregorius, provavelmente escrito primeiro, mostra que até mesmo o pecador mais terrí-
vel pode ser salvo, se o arrependimento dele for sincero. A história é baseada em uma
conhecida, entretanto fictícia, história de uma criança nascida de incesto que mais tarde,
inconscientemente, comete sempre o mesmo pecado, mas passa por uma rígida penitên-
cia, purificando-se, a ponto de Deus providenciar para que ele seja eleito papa.
A fonte imediata de Hartmann provavelmente foi a História Francesa do papa Grégoire.
Nós não conhecemos sobre a fonte do melhor poema de Hartmann, O pobre Heinrich. Uma
plausível sugestão é que pode ter sido uma lenda familiar, contada pelo protetor de
Hartmann, explicando por que um antepassado se casou com uma camponesa. O motivo
principal, a cura de lepra usando o sangue de uma virgem, era muito comum, como é a
idéia de que a corrupção externa da doença indica a corrupção dentro da alma.
Heinrich é um homem bom no senso mundano, mas fracassa ao não reconhecer a dívida
dele para com Deus, fica leproso, e peca por não ver sua responsabilidade pelo seu pró-
prio mal. Relutantemente, ele aceita a oferta da jovem filha de um dos seus camponeses
para deixar que o sangue do coração dela seja usado para o curar, mas, no fim, ele não
permite o sacrifício dela, embora ela proteste fortemente, sentindo-se cerceada de se
tornar mártir. O reconhecimento de Heinrich do seu verdadeiro estado provoca-lhe uma
cura do corpo e da alma.
Iwein é uma adaptação muito próxima de Yvains, de Chrétien deTroyes. É estruturalmen-
te o melhor poema de Hartmann e mostra que até aquela época , 1204, ele foi um mestre
da forma narrativa, como concordam muitos contemporâneos.
Iwein deixa sua esposa por uma aventura pessoal («verfahren») e é levado a retificar
sua verdadeira nobreza por uma série de façanhas em que resgata mulheres. Aqui, como
em qualquer outro lugar, Hartmann trata a ética cortesã, muito seriamente, como um
modo de atingir glória secular que não é nenhuma aventura meramente vazia (zweckent-
fremdetes Abenteuer). Mas, em Iwein, ele parece menos pomposo, e certamente a técni-
ca dele é igual à de qualquer poeta medieval, com a possível exceção de Gottfried.
Todos os poemas narrativos de Hartmann são escritos como elegantes epopéias, em
quatro marcações que rimando parelhas de versos (Paarreim). A última marcação pode
cair em uma sílaba acentuada, não seguida por uma sílaba átona (männlich volle Kadenz),
referida como masculino monossilábico. Ela pode cair, também, sobre uma sílaba normal-
mente não acentuada (isto é, uma vogal longa ou ditongo ou uma vogal curta, mais uma
dupla consoante), imediatamente seguida por uma sílaba acentuada (klingende Kadenz),
ou sobre uma sílaba longa acentuada, seguida por uma sílaba átona (cadência feminina -
weiblich Kadenz»). Muito raramente deixa de haver uma sílaba para a última tensão,
assumindo-se, neste caso, que ela pode cair em uma pausa (metricamente incompleta —
stumpfe Kadenz).
Fonte:http://www.nd.edu/~gantho/anth1-163/Hartmann132-141.html
Hartmann von Aue
1170 - 1215
Biografia
Cavaleiro da Suábia, descendente de família governamental.; formação escolar, erudição.;
participação nas Cruzadas de Friedrich Barbarossa [1189].;
ligação com poesia espiritual e poemas áulicos.
Criador do romance idealista alemão.;
cultivador da forma.;
educação custeada por mecenas e pelo estado.
Consolidação do poema épico elegante.; Modelo para Gottfried von Strasbourg
Canções de amor, poemas líricos entre 1190-98:
Recusa à canção de amor convencional.; adesão à canção de amor popular.; depois de sua
vivência na Cruzada enaltece com canções o amor divino.
1. canções a um querido amor.; Tom sério
2. canções a um novo e querido amor, provavelmente humilde, "canção de amor popular".;
travesso, gracioso.
Canções da Cruzada, 3.; 1196-98:
poeticamente o mais valioso.; voltado para canções enaltecendo o amor divino.
O Buchlein (O livrete), em torno de 1190 (provavelmente depois da edição francesa):
elegantes queixas de amor e elegantes lições de amor em forma de discussão poética.;
Diálogo entre corpo e coração sobre os corações de pedra dos amantes e a tribulação
do amor elegante.; Instrução do corpo sobre virtudes do amor elegante. Ecos ao
"Visio Fulberti", disputa entre corpo e alma sobre a culpa do pecado.
Trabalhos no original:
Saúdas-me sempre.
Iwein, Começo, projeto Gutenberg,
O pobre Heinrich , conto, projeto Gutenberg,
Fonte: http://www.ni.schule.de/~pohl/literatur/sadl/ma/hartmann.htm *
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