LEGENDAS |
(
* )-
Texto com Registro de Direito Autoral ) |
(
! )-
Texto com Comentários |
| |
|
Poesias-->MneMÔNICA -- 03/04/2003 - 12:16 (Lafaiete Rosinsky) |
|
|
| |
Sonho tua voz à noite
quando o sono me abençoa.
Porque dormir é esquecimento
e no entanto sempre me lembro
refaço no além-consciência
o doce infantil de teus traços
menina-demônio-selvagem
que me perde os sentidos e a decência
Eu te vejo pulsante em meus braços
no elétrico momento encantado
em que pareces ser milhares
retorcendo-se em meu colchão
A paz que trazes, tamanha
imobiliza o instante
em retratos de azul esmaecido
E cada gesto se eterniza
cada situação se decalca
e impregnas cada milímetro
dos lugares em que te vi
a ponto de eu ver tua silhueta
as curvas deliciosas que amo
recortada na luz que se filtra da porta
recordando os momentos doídos
em que te levei ao elevador para deixar-te ir
Há algo de vidro em sua voz
nome e timbre de cantora MPB
espírito rock n roll
sorriso de frevo
alma jazz e blues
Improviso dissonante do destino
no solo de minha vida atonal
Com teus movimentos de sutil coloratura
e teus ciúmes e paixões operísticas.
Mônica de toque sutil
de mãos sábias e pacientes
aprendendo meu corpo
e me ensinando a vida
novo império com novas leis
que ordena felicidade diária
e retribui preenchendo os ossos magros
de minha trajetória cotidiana
com carne tenra de sonhos
e músculos sólidos de sentimento
E em ti, no reflexo doce que teus olhos me devolvem
eu me vejo inadequado
e imperfeito
e rezo todos os dias
para que a cegueira que te mantém ao lado
não se dissipe jamais. |
|