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Poesias-->Inutilidade -- 03/04/2003 - 12:17 (Lafaiete Rosinsky) |
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Eu a desenho com minúcias
esboço, apago, retraço
me esforço em busca da linha
que a defina no espaço
O volume que adivinha
o negro cabelo que se inclina
sobre os ombros delicados
Remonto rica e viva
ajusto a expectativa
que antes era tão alta.
me afasto
e algo ainda falta
Passo então para a palavra
tentando o termo preciso
que descreva o belo sorriso
e a luz que emana tão alva
de seu olhar tão vivaz
ou o sono que durmo em paz
abraçado ao corpo lindo
de corça jovem e insinuante
e o doce esquecimento
de tudo o que houve antes
de eu ter acesso às suas curvas
e a visão que se torna turva
no mágico do prazer
em que ela sabe irromper
derretendo-se em meu abraço
Descrevo com tanto carinho
que quase a sinto no tato
então paro, espero, releio
E falta algo no retrato
Bem que eu tentaria a música
se nela tivesse recursos
Fizesse poesia lírica
não enfadonho discurso
Nome de nota sinfônica
melopéia de amor desmedido
corpo de beleza harmônica
selvagem e indomável espírito
Queria contar-te Mônica,
paixão que explode em um grito
Mas no fim me rendo, vencido
ao inevitável bom senso
Meu amor só se permite
captar pelo silêncio |
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