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Poesias-->1. BATISMO POÉTICO-MEDIÚNICO Início de — JESUS? — PRESENTE! -- 05/04/2003 - 07:07 (wladimir olivier) |
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Queixumes de uma outra era
Soam, nesta rude esfera,
Fulgores da atualidade.
Quem vem está defasado
E se sente atrapalhado:
Há de pedir caridade.
As dúvidas surgem logo
E eu mesmo me interrogo
Se serei capaz de tudo:
Ao rejeitar estes versos,
É vê-los mais que perversos,
Na forma e no conteúdo.
Estagiamos um tanto,
Para sentir o bom canto
Dos amigos anteriores.
Percebemos a malícia,
Para causar a delícia
De todos os bons leitores.
Contudo, o verso demora,
Quando é chegada a hora
Do ditado promissor:
As palavras não combinam
E os companheiros se inclinam
A rogar ao mediador.
Este começo está bom,
Pois reproduz nosso som,
Sem qualquer dificuldade.
Após orar uma prece,
Nesta forma transparece
O conteúdo-verdade.
Mas não vou entusiasmar-me,
Pois é fácil o desarme:
Basta desconcentração.
Os bons fluidos se dissolvem,
Os termos não se resolvem
E desfaz-se a vibração.
Pensando apenas em prosa,
Já fizemos nossa glosa,
Metro por metro inventado.;
Mas a turma se prepara,
Para tornar mais preclara
A poesia deste lado.
Hoje, o dia é só de treino,
Por isso é que agora reino,
Brincando com as palavras.
Quando tivermos firmeza,
Voltaremos a esta mesa,
Com a força de outras lavras.
Satisfeitas as primícias,
Poemas sérios, carícias,
Atividades bonitas.;
Satisfação dos poetas
Ver tais estrofes completas,
Mesmo não sendo catitas.
Tudo gira em torno a nós.
Do egoísmo ouça a voz,
Mas nos perdoe a imodéstia.
Dê um tempo a esta gente,
Para que o grupo apresente
O restante desta réstia.
Queremos ver se o escrevente
Registra tudo o que sente,
Participando da trova.;
Ou se é outro o mecanismo,
Diferente do batismo
Que neste instante se prova.
Sentimos o movimento
Que se dá no pensamento,
Ao lhe passarmos a idéia.
Fica atento p’ro desfecho,
Mas interessa-lhe o entrecho:
Participa da assembléia.
Caso alguém requeira um nome,
Exigindo bom renome,
Não hesite, caro amigo,
Vá dizendo logo o seu,
Que o que fez também valeu:
Não há de correr perigo.
O importante é que a poesia
Outra idéia não daria,
Se mecânico o ditado.
Como não temos recurso,
Ninguém é amigo-urso:
Não vá ficar preocupado.
Após milhares de trovas,
Quem quererá outras provas
Da influência cá do etéreo?
Se ficássemos só nisto,
Pelo Senhor, Jesus Cristo,
Seria o problema sério.
Mas a turma se intromete,
Com ás, com rei e valete,
Para enfrentar cada vaza.
Uma dama alvissareira,
O quatro-paus na algibeira:
Qualquer tema ela extravasa.
Portanto, siga conosco,
Seja o verso muito tosco,
Ou caprichado deveras.
Viremos cá poetar,
Que esta nave corta o mar,
Em busca de outras esferas.
Cá viemos muito a medo.
Isto já não é segredo,
Mas saímos satisfeito,
Que tudo o que hoje demos
Foi a que nos propusemos:
Algo mau, algo escorreito.
Vamos logo ao grão final,
Supimpa, sensacional,
Coruscante apoteose:
Os atores, todos juntos,
Em coro de bons defuntos,
Fazem uma eterna pose.
E se fecham as cortinas,
Esquecidas as doutrinas,
Mas só no primeiro ato.
Outros atos mais virão,
Prometendo o coração,
Com o bem, ser mais cordato.
Eis um “trailer” da película,
Que não quer ser mais ridícula,
Pois confiaram em nós.
— Fé, esp’rança, caridade —,
Caso o leitor se apiade,
Que faça ouvir sua voz.
Que direi eu, em seguida?
Um conselho para a vida?
Um consolo, em gesto amigo?
Pedirei ao bom Jesus
Que nos envie mais luz,
Que nos livre do perigo?
Tudo isso e mais um pouco,
Se não estivesse rouco,
Quase mudo, empedernido,
Pois o coração palpita,
Sentindo que a alma grita,
Por me ver bem sucedido.
Compreendo agora a alegria
De quem termina a poesia,
Mesmo em forma irregular.
O metro saiu bem torto?
Mesmo assim nos dá conforto.
Como foi bom versejar!
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