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Poesias-->De Olhos Postos Em Mim -- 05/04/2003 - 11:21 (Fernanda Guimarães) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
De Olhos Postos Em Mim





Pudesse falar dessa

Que me diz ser eu

Difícil deixá-la escapar

Pela fresta dos meus espelhos.

Nas imagens mais nítidas,

Os olhos da solitude

E os lábios dos silêncios

Que tão bem me pronunciam



Não penses que não me atordoa

Este calar de palavras e sentires

Quando os olhares tateiam-se

Em cores desbotadas e indefinidas.

Em meio a vida que me cerca

Um tom dissonante de blues,

Todas as ausências, todas as faltas,

As mãos recolhidas desperdiçando ternuras

E um pranto mudo, desertado,

Como se lhe faltassem olhos para desaguar.



No vazio imenso que envolve as mãos

O rabisco de uma certeza

Rasurada pelo que jamais se confessará.

Já disse que há sentimentos afônicos

Para a voz dos lábios e das mãos.

As letras nem sempre compreendem a dor

Que apenas habita o grito dos olhares

Preenchendo todas as horas inúteis.

Onde o mirar-me?

Haverá um momento qualquer de entrega

Nesse tempo que não sabe de mim?



Acompanho o tique-taque do relógio

Até os ponteiros em instantes abraçam-se

Como se marcassem um encontro

Desvencilhando-se do caminhar sozinho.

Será esta inquietude própria dos poetas ou dos loucos?

Onde todas as interrogações que ainda não fiz?

Que mundo me habita e que não me revela?

Em mim apenas uma consciência

Que transgride a realidade que se anuncia,

Quando me oculto nas pálpebras

Das minhas exclamações e suspiros

Arrebatada de qualquer pretensa serenidade.

Tenho uma saudade de mim

Que vem não sei de onde, nem de quando...





© Fernanda Guimarães (nandinha_guimaraes@yahoo.com.br)

Em 04.04.2003





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