LEGENDAS |
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Poesias-->Herança -- 06/04/2003 - 21:10 (Jacques Bortolini) |
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A mão corre pelo rosto
áspero, as costas doem.
Perturbado, exposto
o espírito, as vísceras o moem.
Conversa infrutífera
entre mim e eu,
nada me liberta da mísera
ignorância que me sorveu.
Ostento a dor,
sou folha sobre a grama,
mimética, unicor,
ansiando o tempo, a fama.
Ao meu lado, meu igual,
covarde, comedido,
aguarda o momento imortal,
que justifique sua vida sem sentido.
Sou ninguém, sou o outro,
expio nesses versos o meu legado,
para, quem sabe um dia depois de morto,
alguém continuar de onde eu havia parado.
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