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Poesias-->15. JOSÉ -- 19/04/2003 - 07:28 (wladimir olivier) |
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Jesus sorriu a seu pai,
Sabendo que o mal se esvai
Daquela alma mais pura:
— “Venha caminhar comigo,
Pois não existe perigo,
Por esta estrada segura.”
Não passara nem um ano
Em que José, noutro plano,
Aprendia o evangelho.
Aluno mui aplicado,
Deixou a carne de lado:
Para o mundo era já velho.
Mas aguardava Maria,
Que aos males resistia,
Em trabalhos superiores,
Dando aos homens seus consolos,
Pois eram muitos os tolos
Que lamentavam as dores.
Disse José a Jesus:
— “Eu sei aonde conduz
Este caminho de amor,
Mas não vou sair sozinho,
Sem sentir doce carinho
De quem soube o bem compor.”
Aí, Jesus ficou quieto,
Pois sabia não completo
O halo da felicidade.
Lembrou Madalena e Marta
E Maria, em mesa farta:
— “Eis que a saudade me invade!”
Disse ao pai que fosse à Terra,
Pois sofreria quem erra
Na incerteza do porvir:
— “Vai tranqüilizar o povo,
Antes que caia de novo
Nas trevas, sem me seguir.”
Desceu José, na esperança,
Pois quem ama mais avança,
De tornar pura a tal gente.
Foram muitos convencidos,
Judeus foram convertidos:
Sua força era patente.
Viu Estêvão em serviço
E Pedro no compromisso
Da pregação valiosa,
Porém, constatou o fato
Que se espalhava o boato:
Era a crença perigosa.
Havia um Saulo, perverso,
Do Cristianismo adverso,
A perseguir os irmãos
Que professavam, serenos,
Como simples nazarenos,
Os ensinos mais louçãos.
Ao fazer espalhafato,
Estêvão “pagou o pato”
Apedrejado na rua.
Pensava Saulo contente:
— “Este não conduz mais gente.
Está morto. Não atua.”
Tendo ficado mui triste
(— “Este Saulo não existe!...”),
José pediu a Jesus
Que, em troca do grande asco,
Lá na estrada de Damasco,
Lhe escondesse o Mestre a luz.
A história é bem conhecida:
Mudou de nome e de vida
E apostolou aos gentios.
Era Paulo um baluarte,
Empregando “engenho e arte”,
Ao vencer os desafios.
E onde estava Maria?
A esposa resistiria
À queda dos companheiros?
José, com muita paciência,
Dava-lhe, em sonhos, ciência
Do zelo dos pioneiros.
Desencarnando Maria,
Encheu o Céu de alegria,
Junto ao esposo querido.
Iriam a outros planos
Onde não existem danos:
Tinha-lhes Jesus valido.
Mas, na Terra, havia dor,
Um mundo a se descompor,
Perseguição aos cristãos.
Nas arenas e nas vias,
Feras, cruzes, melodias
Compunham grande irrisão.
Os mártires cá chegavam,
Mas nem todos retornavam
Para a glória do Senhor:
Necessitando de ajuda
(Que ninguém hoje se iluda),
Muitos vinham com rancor.
A ilusão do paraíso
Fê-los perder o juízo,
Acusando os inimigos.
E apontavam p’ra Jesus,
Como aquele que seduz,
Ao esconder os perigos.
Não aceitavam, coitados,
Os trabalhos demorados,
Na aquisição do evangelho.
Muitos deles eram moços
E exigiam os endossos,
Sem aceitarem conselho.
Maria estendeu seu manto
E recolheu todo o pranto
Do desespero e da dor.
Fomentou-lhes a esperança,
Mostrando-lhes a criança
Que lhe matou o rancor.
José, um ramo nas mãos,
Pediu paz aos seus irmãos
E lhes mostrou os caminhos
Que os homens têm de cumprir,
Se quiserem devenir
Sem a coroa de espinhos.
Mas foram lutas serenas,
Que as almas estavam plenas
Do encanto e amor de Jesus,
Não só José e Maria,
Mas também a confraria
Dos missionários da luz.
Não terminou a tal luta,
Que hoje ainda a força bruta
Se interpõe com mau vigor:
Muitos são os malfeitores
Que não entendem as dores,
Em encarnes sem valor.
Cabe agora ao Espiritismo
Demonstrar o negro abismo
Em que despencam as almas,
Salvando aquelas que possa,
Pois é nobre a função vossa:
Havereis de ter as palmas.
E onde estará Maria?
E José onde estaria?
Já ascenderam a seus planos?
Lá estão, mas, influentes,
Não se esquecem destas gentes,
Nem permitem desenganos.
Oremos com alegria,
Nesta singela poesia,
Pedindo-lhes proteção.
Vejam eles, nestes versos,
Sentimentos não perversos
E o pensamento mais são.
Mas não peçamos por nós:
Alteando a nossa voz,
Lembremos o nosso irmão
Que perdura nessa vida,
Sem conhecer a saída
Dos males da viciação.
Hoje a morte chega cedo.
Eis o que nos traz mais medo
De perder nossa batalha,
Que o manto que oferecemos,
Com as linhas que tecemos,
É esta simples mortalha.
Jesus, José e Maria,
Ponde força na poesia,
Fazei o mundo chorar,
Que as lágrimas da alegria
Lavem as dores que, um dia,
Derruíram vosso altar.
Que haja felicidade,
Enfim, em toda cidade.;
Que se guie por Jesus.;
Que não seja a caridade
Um lema só, mas piedade,
Perdão, trabalho, amor, luz.
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