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Poesias-->UNICAMENTE PARA FALANGE II -- 22/04/2003 - 19:26 (Edio de oliveira junior) |
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CÍRCULO VICIOSO?
Tudo que tenho agora
É essa mão direita rabiscando valores ansiosos não decifrados,
E um mundo ditado desaparecendo no fim da tarde
Como um conto repentino e empobrecido que esvai distante...
Há um colapso no suspender da lua
E uma preguiça além humana nos muros da cidade!
Tudo que tenho agora
É essa mão direita rabiscando valores ansiosos não decifrados.
Se eu me levantar agora
Com a alma vazia, e o coração vazio,
E com a pena que tenho do mundo,
E com a pena que tenho de mim,
E com o vazio de todo esse tempo presente,
Morrerei perante todas minhas verdades
Numa inanição de não alimentar o espírito,
Pois neste momento não tenho nada...
Ou melhor, quase nada...
Tudo que conheço e que vai além de um sorriso
Não tem endereço ou algum ponto de encontro corriqueiro,
Tudo está sempre imprimido partida
Numa velocidade alucinante,
E sempre com intenções despretensiosas,
Ou enganações singelas, ou com uma conveniência devastadora,
Ou fingindo respirar, mesmo que inexistente...
Tudo que tenho agora é essa mão direita
Rabiscando valores ansiosos não decifrados,
Mãos trancadas num quarto
Que foi o mesmo quarto de minha infância,
E que será para sempre um quarto
(hoje o quarto de meu presente... amanhã, o quarto
da infância de alguém.)
Ah! Eu sei que em alguma “rua – sem – nome” existe uma casa,
E que nesta casa existe um “quarto – sem – identificação”,
E que neste “quarto – sem –identificação” existe um
“João – mais – sem – identificação – ainda”...
...Será que o Sr. “João – mais – sem – identificação – ainda”
possui algo além de sua mão direita?
Sei lá! Talvez esposa, filhos, cães, dívidas, rendas, segredos....
...ou talvez um mundo de portas abertas
com respostas para todos seus anseios?...
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