Transparente em seu estado de pureza mais ou menos claro,que passa ao azul-celeste e ao amarelo claro/
Destilado de cada um dos símbolos gráficos/
Apenas poucas estrelas que exprimem alguns traços em comum ao cadáver/
Aquelas que conseguiram fugir do quimera(*)/
E não estão presas pelos pulsos e tornozelos/
Com escafrando cujo eixo fictício não e perpendicular à base/
Dentro de um liquidificador cheio de um líquido amargo,amarelo ou esverdeado,que se gera no fígado e auxilia a digestão/
O liquidificador que estava em um labirinto de espelhos e que era apaixonado por um ditador que deu ordens para todos invadirem o templo onde o expirado morava/
Aqueles que se perderam no quase vácuo em que agora só existem o sistema solar, as nebulosas e as galáxias,acabaram o encontrando/
E sem perceber libertaram as estrelas de dentro do liquidificador/
Despojaram com violência tudo que se oferece aos nossos sentidos ou à nossa alma/
Esqueceram um pregador no varal/
Que como os seus neurônios ficaram ao relento/
Antes de serem abduzidos por extraterrestres/
Esqueceram na estante,vários livros do Olavio Bilac/
Espalharam pelos túmulos do cemitério que fica no fundo do seu quintal,várias elegias de sua autoria com exagero nas palavras empregadas/
Esqueceram dentro do aquário,vários livros do Haroldo de Campos/
Desabitado de peixes ornamentais que as barbatanas se transformaram em asas/
Habitado antes da invasão por pirilampos que serviam para dar claridade aos aposentos/
Esqueceram na chaminé todos os fatos consumados/
Procuraram dentro da caixa do correio,vestígios do arco-íris de ontem/
Esperaram na lareira que não tem fogo a interrupcão do escritor para se dirigir a seres reais ou fictícios/
(*)Monstro da mitologia grega,com a cabeça de leão,corpo de cabra e cauda de dragão.