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| Poesias-->Auto-retrato falado -- 02/05/2003 - 14:16 (Marco Antonio Athayde de Britto Cunha) |
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Sou filho da terra Bahia, Estado nordestino,
nascido e crescido em beira de mar.
E com todo meu desatino
aprendi desde menino - a este vasto - amar.
Foi em águas de janeiro, num meio dia de verão.
Aí cresci moleque, velejando batelão.
Também remei canoa, andei em traquete estufado,
montei vento ligeiro com o pano insuflado.
Mas não vivi só de mar , de escota e timão,
pois da mãe herdei os sonhos, as veredas, o sertão.
Daí o gosto pelo mato, pela pinga , pela serra.
Pelo canto dos pássaros, pelo sol da minha terra.
Conheci garimpeiros e velhos jagunços.Tomei banho de rio,
montei em lombo de animal, caí de cavalo bravio.
Nas andanças pelas chapadas ouvi vaqueiro aboiar
e daquele triste lamento esta vida aprendi a amar.
De muito ouvir histórias, aprendi várias lições,
algumas tristes e de dores, outras de traições.
Mas não só vivo de dor, amargura e agonia
a minha vida também é feita de festejos, de amores e alegria.
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