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Poesias-->MEMÓRIA DE PAPEL -- 09/05/2003 - 17:53 (José Reynaldo Galasso) |
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MEMÓRIA DE PAPEL
OU
NO ESCURO DAS GAVETAS
Tem gosto amargo
Esse desassossego na madrugada,
Gosto de comida não desejada,
Mas imposta.
Tento revirar as gavetas da existência,
Lugar de papéis amarelados.
Talvez herança de antepassados,
Inseto entranhado nos cromossomos.
Por outro lado, a liberdade
Que me permite rever os guardados
E olhar o verso e ler o reverso
Na esperança da palavra definitiva.
Sei que o dia seguinte será difícil
Com olhos cansados e mente adormecida,
Trabalho regado a café mal feito,
Frio, requentado, insosso, viciante,
O amargo café de todo dia
Como todo dia é amarga a madrugada.
Durante o dia o estéril papel do labor,
No aguardo do sol nascer,
O fecundo e sempre novo
Papel da memória.
BSB052003
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