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Poesias-->HÁ QUE -- 09/05/2003 - 18:00 (José Reynaldo Galasso) |
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HÁ QUE
Há que descerrar as venezianas,
Escancarar as pesadas portas,
Ventilar todos os ambientes,
Enfeitar de coloridas flores as janelas.;
Há que guardar amarelados papéis,
Afugentar os ecos e as penumbras,
Afastar as indolentes cortinas,
Banhar de sol as paredes noturnas.;
Há que decorar antigos e novos poemas,
Tirar o pó das molduras dos quadros,
Varrer corredores e alpendres,
Regar a grama seca dos jardins.;
Há que substituir as lâmpadas dos tetos,
Convocar os pássaros dos quintais,
Lavar vidros, espelhos e cristais,
Arrumar lidos livros nas estantes.;
Há de cuidar que se tenha café novo
E que o cheiro bom de bolo no forno
Penetre todas os cantos e frestas
Enquanto se lustra as maçanetas.;
Há que trocar os lençóis da cama.;
Polir os metais do banheiro,
Ajeitar os enfeites da sala,
Correr com os medos e tristezas.;
Há que refrescar a memória,
Sonhando deitar na rede,
Relembrar os sorrisos da infância,
Reviver antigas emoções.;
Há que repensar o modo de vida,
Substituir antigos hábitos por novos,
Crer novamente que é possível,
Apesar de tudo, requentar a paixão.;
Há que apreciar novamente o por do sol,
Acompanhar o vôo das andorinhas,
Tecer fantasias com ouro e prata,
Perceber o frescor da água que corre.;
Para receber o novo amor que há de vir
E que há de renovar sonhos e esperanças
E dar força para que o guerreiro de ontem
Com coragem enfrente novas batalhas.
BSB08042003
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