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Poesias-->DO MEU JEITO PLÁCIDO -- 09/05/2003 - 18:08 (José Reynaldo Galasso) |
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DO MEU JEITO PLÁCIDO
Quando lhe falei do meu jeito plácido
Sobre assuntos mórbidos,
Você não escutou.
Quando lhe falei de cemitérios
E dos seus tenebrosos mistérios
Você se assustou.
Quando lhe falei de velórios
E da penumbra de antigos oratórios
Você rezou.
Quando lhe falei do meu desalento
Que me afligia a cada momento
Descanse, me aconselhou.
Quando lhe falei da minha profunda tristeza
Que me prendia em impensável incerteza
Você divagou.
Quando lhe falei pra enfeitar com finos lírios
Meu ataúde de madeira cercado de círios
Você se calou.
Agora quando você se debruça sobre meu corpo estendido
E chora um choro amargo e sem sentido,
Eu me calo.
Agora que você derrama uma lágrima tépida
Sobre minha carne fétida,
Eu nada falo.
Agora a você só resta abrir os livros que escrevi
Quando meu corpo e minha alma definhavam por aqui
E ler meus poemas.
Se forem repetitivos não se espante
Pois ouvirá da minha boca o canto constante
Dos mesmos temas.
BSB26023003
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