Mas olha, se me pedires, acho que me jogo por esta janela opaca de fuligem mil, acho que me caço com fuzil e tudo, acho que vou embora e fico olhando as avenidas transversais, a ti, a mim, ao olhar desesperado do homem com apito, acho que me sujo todo de batom e escuto a vida e paro de não fazer nada, de freqüentar salas não muito ventiladas, acho que me molho e me molho e me molho até virar molho de espaguete, acho que me deixo sobre o armário do banheiro para eventuais necessidades e se pedires direi que a vida já não é bela nem boa, nem porra nenhuma, apenas um eterno passar de mãos no meu corpo desterrado.