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Poesias-->Somos do lixo -- 07/06/2003 - 21:16 (Eduardo Borges Oliveira) |
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Somos do lixo
No ar
um vento podre.
Apodrecemos todos,
como frutas velhas
no paiol.
Sim, estamos
podres, por baixo de roupas limpas secadas ao sol do
meio dia.
Somos pele que cheira a perfume
sobre camadas
de podridão.
Nosso peito é mangue abandonado, varrido, invadido por
nós mesmos, cheio de lixo, lixo, lixo [a lixeira
do mundo].
Água podre
do mangue circula o pensamento humano.
Puros e podres... como nos definir?
No ar
o vento do n a d a ( )
sou eu movendo as pernas.
23/11/02
Eduardo Borges
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