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Poesias-->ALMOÇO BURGUÊS -- 11/06/2003 - 18:09 (thiago schneider herrera) |
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É um almoço cheio de risadas,
Dedo levanta quando pega a taça,
Bico se adianta para chegar na borda
Da taça, onde trasborda vinha de safra.
Galeto, costela, molhos, maracujá,
72 tipos de talher para essas mãos que já
desespera-se, mas contem-se, é um estilo só,
e se ajeita, e de repente põem-se no prato uma obra surrealista que até Dali babá(ria).
E falam de Bush, economia e teatro,
E a pobre empregada se mata pra dourar o pato,
Segundo prato, desse almoço burguês,
Onde até a água é só com gás para encher o saco.
Ao fundo Jessy Norman grita e chooooora,
Mais perto os cães ladram e imploooooram
Por um osso, afago, descaso, pato,
E o mundo gira mais rápido que isso, mesmo estático.
A sobremesa é algo que nem Duchamp sonharia,
Algo com pingos negros, champanhe e pedaços de melancia,
E que em precisa da cereja, ela só já se exibia,
Na mesa burguesa, numa busca de status já tardia.
E falam, falam, falam sem parar,
E os cães ladram, ladram., ladram de rosnar,
E o pato assa, assa, assa até dourar,
E a sobremesa mata, mata, mata até enjoar.
Será que dá pra ser feliz assim???
Sem torresmo, pinga, palavrão ou coisas assim...
Será que são felizes esses que comem???
Numa mesa desconfortável e pelo modo que se consomem.
Ando de mansinho, mas ando reparando,
A cada linha, a cada verso, aos desencantos,
Que por mais duro que seja meu caminho escolhido,
É apenas um caminho, e existem tantos, tantos, tantos...
Thiago Schneider Herrera |
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