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Poesias-->A VERDADEIRA GAROTA DE IPANEMA -- 13/06/2003 - 19:54 (thiago schneider herrera) |
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Numa mão o cigarro, n’outra Coca-Cola,
Na mente algo inexato, e pra pensar se isola.
O sorriso tende a forçar todos os reflexos
De quem sonha traçar uma vida de sucesso.
No bolso Holywood, na cabeça chapéu caro,
Pra esconder muito e amiúde o erro do corte raro.
Sobre o corpo roupa nova, no lado esquerdo um cavalo,
Lado direito vazio opaco dos vazios que mata fácil.
No andar algo de cinema, no fala algo melado,
Melado de conhecimento fútil, cinema de comédia inglesa.
No cabelo algo de Hebe contemporâneo
Pra fazer valer algo oco dentro do crânio.
E tenho certeza, esse sapato é desconfortável,
Irrita, machuca, faz barulho, mas é irremediável
Seu uso, pois Malu Mader disse num comercial agradável
Que quem o usa se torna alguém de cinema e não fala melado.
Ah meu Deus, até quando seremos tão inúteis???
Até quando viveremos por viver nossas vidas fúteis...
Ah meu Deus, por favor não nos esqueça
Soltos por aí infestados de irremediáveis doenças.
Agora volto ao mudo, e de cara uma cara,
Com nariz e olho fundo e batom que quase mata,
O sorriso é cheio de dentes e o cigarro Holywood,
Na mão Paulo Coelho, orgulhosa lê Maktub.
O cigarro no cinzeiro, estufa o peito,
Por ali joga-lo, mas num momento
Mete na boca 300 chicletes que foram eleitos
Os menos calóricos pela Capricho, ai que desespero!!!
E lá vem o seu paquera, se mexe nervosa,
Ajeita o cinto, bolsa, cabelo, blusa rosa,
Sorri quadrado, se finge de social, fala ansiosa,
E fala alto, pega o celular, deixa cair no chão: _Ai que bosta!!!
Chegando em casa, arrota na sala,
Mija de porta aberta, xinga a empregada,
Lambe o cachorro, enfia o dedo no bolo,
Chupa, grita, bate porta, se tranca e tira a máscara.
Thiago Schneider Herrera |
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