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Poesias-->Marcas Implacáveis do Tempo -- 13/06/2003 - 23:13 (zena maciel) |
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Já não sei fabricar sonhos
Todos estes anos levaram-me ao nada ao caminho do nada
Resolvo deletar ilusões
Não mais pensar na esperança
Navegar já não é preciso
Estou entregue à própria sorte
Dispo-me de todas as fantasias
De repente paro
Olho a minha volta e nada vejo
A lei vigente é a estática
Meus atos são robotizados
Meu sorriso é amarelo
Minha alegria é hipócrita
Viajo diante do presente
O futuro já não existe
Roubaram minha caixa de ilusões
Me olho no espelho e
encontro rugas e o primeiro cabelo branco
Procuro a jovem senhora
encontro uma simples sombras de mim
Uma lágrima teima em cair no rosto
Limpo retalhos de um tempo
Bons tempos talvez!
Tempo em que era possível sonhar
O choro me acalma
Acalanto a alma
Fecho os olhos e vôo
Não mais o vôo arrojado das belas gaivotas
E sim o triste vôo das aves feridas
Assim adormeço
Não sei se o sono dos vivos ou quem sabe
dos mortos !
Zena Maciel
12/07/1984 |
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