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Poesias-->23. DIANTE DOS INIMIGOS -- 20/06/2003 - 07:26 (wladimir olivier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


Nem bem se viu sozinho lá no escuro,

Buscou achar a porta junto ao muro,

Mas nada ali encontrou — era o deserto.

— “Abandonado e só, que compaixão

Aqueles gajos lá têm pelo irmão!

Talvez não tenha sido tão esperto...”



Mas logo ouviu alguém dizendo o nome

Que fora o seu na Terra, quando a fome

Surgiu no seu desejo, formidanda:

— “Vou conversar com ele e vou pedir

Ajuda, pois é negro o meu porvir,

Na região do Umbral, que o mal desanda.”



Foi com surpresa enorme que sentiu

Que o “cara” que o chamava era o titio

A quem fizera todas as pirraças.

— “Com ele nunca mais vou me entender,

Porque mantive longe o meu dever

De procurar cair nas suas graças.”



Então, correu na direção contrária

E deu de cara com a turma otária

Daqueles que o temiam lá na Terra.

Passara-os p’ra trás e os enganara

E agora se perdera, pois mais rara

Era a esperteza sua para a guerra.



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