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Poesias-->Pipa perdida -- 20/06/2003 - 15:54 (gisele leite) |
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Fiquei ao cair da tarde
vendo o despencar de uma pipa
que bailava graciosamente no ar...
despreendida de seu dono e condutor
era livre finalmente,
ao sabor dos ventos,
dos ramos a lhe enredar a trajetória,
e, caía tranqüilamente
diante de um sol a morrer
lentamente...
vigorosamente,
Fiquei ao cair da tarde
deixando dropar minha alma da sacada
que suicida mergulhava em mim mesma,
e banhada em dúvidas
não sabia para onde ir...
Mas igual à pipa...
aonde quer que eu caia
certamente interessaria aos olhos curiosos
e cruéis de todos...
A pipa sem dono,, cheia de infinitos
morreria na mão astuta
num fim de um dia
qualquer...
a velocidade do vento
daria-lhe um rumo inesperado
e prazeirosamente vago...
que nem mesmo as minhas mais
profundas divagações
perceberia
de exato,
o desatar dos nós...
Nossos caminhos eram como um bosque medieval
confusos e torturantes
e nossas idéias
como pipas cortadas e ao léu...
sem dono,
sem como e
sem definição.
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