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Poesias-->Viagem a Auriflama -- 03/07/2003 - 21:21 (Robison Stemberg) |
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Queria tanto ir pra Auriflama
molhar os meus pés descalços
lá nos rios do seu planalto
de onde brota a verde rama.
Queria tanto ir pra Auriflama
descançar em seus regaços
à beira de seus penhaltos
sentido na pele as chamas.
Queria tanto ir pra Auriflama
vislumbrar os seus espaços
onde o mato cresce alto
e só os bichos fazem fama.
Queria tanto ir pra Auriflama
deitar-me defronte ao Paço
vendo o grilho com o seu salto
reinar impávido na grama.
Queria tanto ir pra Auriflama
onde o potro é pego à laço
quando é tomado de assalto
como se faz no Alabama.
Queria tanto ir pra Auriflama
andar tranqüilo e sem passo
na terra que sem asfalto
o pó do chão livre emana.
Queria tanto ir pra Auriflama
perder a forma sem compasso
e navegar nesse maralto
que o riacho tanto ama.
Queria tanto ir pra Auriflama
encontrar comigo num abraço
e escutar a voz de contralto
que ao conúbio me chama.
Queria tanto ir pra Auriflama
mas meu caminho eu não faço
sou sóbrio e estéril, e meu arauto
esconde em si mesmo a gama.
Queria tanto ir pra Auriflama
porém, a mim assim que nasço
traio e com coragem falto
com amor à mesma dama.
Queria tanto ir pra Auriflama
mas fico preso pelo aço
na pequinês do meu retrato
onde minha alma reclama.
Queria tanto ir pra Auriflama
mas o leito onde me enlaço
tem a cor triste do cobalto:
é branco-prateada a cama.
Sei quantos Universos tem o dia,
e esta consciência é sempre um drama.
Só razão pura ser eu não devia,
Queria mesmo ir pra Auriflama!
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