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Poesias-->CARTA A LUCY -- 18/07/2003 - 20:23 (Edson Campolina) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
CARTA A LUCY



Donde tantas primaveras floriram,

Tantos outonos caíram,

Tantas pegadas espalhadas,

Recolho-me a confidenciar-lhe rabiscos.



Amiga, que fazermos aqui?

Caminhar flutuando ao vento,

Buscar o desejo do pensamento?



Retorna-me o pesado tormento.

Somos sós a observar o alheio

Sendo alvos da narrativa do supremo,

Ambíguos seres, diferentes ou feios.



Em meus passados textos vejo,

Observo, ouso narrar.

Sou eu, meu mundo e meu ver.

São eles, seus mundos e viveres.



Dual visão sem razão.

Vejo e sou visto sem coração.

Sigo sem sentido procurando afeição

E todos vamos aos fins que nos julgarão.



Oh amiga que outrora deixei

A olhar-me partir em noite quente

Acenando adeus com vagar

Detrás do cárcere que te faz gente.



Recolho-me à solidão da madrugada

Ao silêncio torturador da morada

Enclausurado em minha mente

Inquieta, medonha e doente.



Ponho-me em tua companhia ausente

Molhada pela mesma chuva,

Aquecida pelo mesmo sol,

Iluminada pela mesma lua,

Sustentada pelo mesmo chão.



Chuva que chora nossas saudades

E faz nascer o verde do reencontro

Apaga as pegadas da partida

Levando as lágrimas da despedida.



Viajante sol que nos reviva

Traz o dia

E os movimentos da vida,

Recolhidos antes, devolvidos com energia.



Lua, minha confidente amiga!

Leva e traz meus sonhos

Vez consumidos e minguados,

Vez sonhados e esquecidos.



A terra que sofre e alimenta

Engole a chuva e gera pão

Abriga seus filhos sem percepção

Que matam por ela, morrem por ela.



Deixar que sejam como são?

Egos em pensamentos e emoções,

Lobos travestidos de nobres

Ofuscados pelo sono da inteligência,

Perdem-se, adormecem, se vão.



Nascer, crescer e sentir-se pleno.

Envelhecer, morrer e ganhar terreno.

Alegria, amor, paixão.

É dor, tristeza e decepção.



Por dentro de minha porta

Que abro a ti

Cultivo meu jardim, invisível aos sábios.

Sem verão, inverno, outono ou primavera.



Que fazer desta vida amiga?

Uma flâmula a agitar-se ao vento,

Uma tormenta a vagar nos campos,

Uma chama a consumir-se em pensamento.



Um hastear de crendices num mastro a navegar

Em mares profundos e escuros, sem cartas,

Numa ofegante procura até perder o senso.



Não.

Embarquemos noutra rota

Desapegados de desejos

Rumo ao fruto da noss’alma

Mesmo que teu norte

Não seja meu sul.



Como principiantes

Renovaremos-nos a cada aurora,

Aprendendo o segredo desta arte,

Como a lua a cada minguante.

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