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Poesias-->PÁTRIA DOS HORRORES -- 20/09/2000 - 19:30 (Nelson de Medeiros Teixeira) |
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Lá fora ruge a tormenta, imponente,
incendiando de fulgor incandescente,
a negra imensidão , indiferente...
Os trovões ressoam febris, apavorantes,
em fantástica cadência, alucinantes,
qual batuque numa orgia de demente...
Os raios cortam os espaços...
Abrem os céus em mil pedaços,
quais satânicas espadas...
E tal se fosse um Vesúvio estrelar,
a terra treme num incrível ribombar,
qual recebesse , do inferno, vergastadas...
Sibila o vento em melodia de estertores,
compondo o hino da Pátria dos Horrores
onde habitam os tétricos tormentos...
E dentro d!alma em constantes desventuras,
ruge o tufão das infindas amarguras,
a me fazer cismar entre lamentos:
Mas o que é isso, senão o que se diz,
da terra ímpia, de constante gris,
que martiriza a alma em vil sofrer...
Não é acaso fogo e enxofre o que vejo?
E, porventura, não é de dor este cortejo,
que vem voraz a natureza me trazer?
Ah! Se o inferno existe como pregam seitas,
se ali se purgam as ilusões desfeitas,
eu vejo tudo quanto ali se visa...
E se essa pátria existe, além do mundo,
se ali se sente este pesar profundo,
eu piso o solo que ali se pisa...
Nelson de Medeiros Teixeira
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