LEGENDAS |
(
* )-
Texto com Registro de Direito Autoral ) |
(
! )-
Texto com Comentários |
| |
|
Poesias-->FOLHAS SECAS -- 10/08/2003 - 13:13 (DANIEL CARRANO ALBUQUERQUE) |
|
|
| |
Folhas secas atapetam
Sob galhos que ressecam
De uma árvore desnuda
A calçada da ladeira
De final que não se enxerga
Oculta-o névoa ou poeira
É o fim ou é o começo.
Breu da noite que apavora
Um silêncio assustador
Não se vê sinal da hora
Não há tempo que se mova
Não há gozo, não há dor.
É o fim ou é o começo
O mar interminável
Onde as águas não se mexem
Ausentes navegadores
Ausente o vento, só o Sol
Presente, estático, não devem
Existir brilhos ou cores.
É o fim ou é o começo
A pequena folha verde
O mal definido vulto
Na neblina antes oculto
Há pequena claridade
E o silêncio agora perde
Pro pio tímido e sutil
Do pardal de pouca idade
Pode ser o recomeço
Um tremor ainda pequeno
De águas que mal se vêem
Tocadas por leve brisa
Do horizonte mais ameno
Prenúncio de que já vem
Homens e barcos da lida
E o Sol arde, mas sereno
Pode ser o recomeço
Pode ser que seja o medo
De que vague à própria sorte
No ciclo de vida e morte.
Agosto de 2003
Daniel Carrano Albuquerque
E-mail: notdam@bol.com.br
|
|