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Poesias-->do outro lado -- 24/08/2003 - 03:33 (maria da graça ferraz) |
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Do outro lado
gracia scripto
Era uma noite
que acontecia de dia
Dentro dela,
as coisas se retinham,
eu seguia
entre elas e "mim"
Percorrer um túnel
longo escuro estreito
sozinha
Penetrar no intestino
vivo cheio de címbalos
e de ouvidos
Sentir pavor. Paz. Alegria.
Só por saber
o interior das vilosidades
da máquina
O núcleo. A cóclea.
Escorrer como uma
lágrima
Cair dentro do céu
Veloz. Leve. Clamar.
Estar a um passo
do coração do mundo
Sentir a mão
comprida de uma cobra
que dá muitas voltas
E gritar!
A quem? Por quê?
Não há mais nada!
Nem nome!
Nem sobrenome!
Nem o que pensei
sei eu sou é
E depois acordar
sangrando
Voltar à cruz
Vestir a roupa
Ter que explicar?
Emergir através
de dois buracos:
os olhos
Um de Deus. Outro
do diabo
E depois
ter que explicar
O quê?
A quem?
Ter a sensação
de que se sabe...algo!
Terrível!
Do qual não se recorda
E continuar a vida
além da porta
Emburrecer
Esquecer
Limpar o outro
lado do óculos
Renascer
desta vez sem dor
Apenas com susto
como um ovo em pé
expulso
E ter que explicar
O quê?
E ter que escrever
Para quê?
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