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Poesias-->carta ao presidente numero 9 -- 24/08/2003 - 03:39 (maria da graça ferraz) |
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Carta ao presidente 9
gracia scripto
Ah, senhor presidente,
quero lhe contar uma história,
tão triste e tão pungente,
como a vida de nossa gente
Outro dia, no hospital, bem cedo,
uma criança perguntou-me:
" Tia, o que é um brinquedo?"
E eu prêsa ao susto e à compaixão,
não sabia lhe responder o que seria
um brinquedo. Gaguejava, em vão,
em vão, na mente, esquecia o conceito
do que seria um simples brinquedo
Senhor presidente da república,
no outro dia , ansiosa por agradá-la,
comprei-lhe um gato de pelúcia
A criança tomou-o em seus braços
pequeninos, e rosto triste, disse:
" E agora, tia? O que eu faço?"
Compreendi então o meu erro.
Não era a criança que possuía
o brinquedo, mas era o gato,
sorriso ruído,cínico, que a tinha,
e para mim o gato também sorria.
Ah, minha alma tonta, imediatista...
Contive o grito, e o tímido pudor
reteve o meu amor,queria beijá-la,
e lhe pedir desculpas, de joelhos.
O gato pendia de seus dedos,
sem vida, sem magia, sem beleza
A criança não sabia mais o que era
ser criança...Perdera o sonho
nos olhos. Mataram-na por dentro!
Não importava mais o brinquedo
Ela não sabia mais brincar
Amarga criança. Cheia de medo,
desiludida, doída, sem carinho
Um país termina quando
o nosso amor acaba
Como falar de futuro,
sem piedade, sem ternura?
Atiramos gatos de pelúcia,
comida, remédio, esmolas,
para diminuirmos a nossa culpa
de não sabermos mais amar
E eu fico pensando
nos políticos demagogos.
Egoístas, infantis, vaidosos
que só pensam em seus interesses
e não no bem de seu povo
Nesta gente céptica e cínica
que faz política por prazer,
e não por profundo dever
E, de repente, tive também pena
destes tristes homens
Eram como esta criança
Mãos vazias, sem sentido.;
dentro delas, dinheiro.;
nas da criança, brinquedos
Qual deles mereceria minha
maior compaixão? A criança
ou estes políticos?
Todos perdidos,
dominados, destituídos da riqueza
verdadeira do espírito
Pobres...estes políticos!
E meu povo sofrido!
Ambos enganados!
DESAMADOS
VENDENDO-SE BARATOS!
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