50 usuários online |
| |
|
Poesias-->Nuvem dos Anjos -- 04/09/2003 - 21:25 (Tiago Xavier) |
|
|
| |
Um anjo se senta em uma nuvem solitária
Dispersa por um vento forte e egoísta
A chuva vem depois como se fosse lágrima
Derrubando o anjo cego e pessimista.
A brisa guarda em si toda a sua ardência
Inventando uma dança cheia de segredo
E o anjo a procura, feito tolo
Batendo suas asas, voando sem medo.
Se pensas que tudo é simbólico e sem valor
Não sabe que a nuvem sem vontade já chorou
Seu carinho falho diz que é sempre normal
Contribuiu para a sombra da solidão real.
Se sento no meu canto e choro de rir
O riso do amor feito com cuidado
cansado de limpar os olhos e dizer adeus
eu caio por alguém cego ao meu lado.
Pois se a paixão guarda em sí o mistério
dançando como abutres neste céu azul
Eu sou como a carniça sob este sol
Que queima até mesmo o mais forte dos anjos.
Se olho pros seus olhos vejo repressão
Assim me torno tolo diante da medalha
Por mérito, por ódio ou compreensão
Pude ser o vencido da batalha.
Mas vago pelas ruas assustado e triste
e bebo um pouco mais do que aguento
a na fumaça do cigarro aceso
Eu vejo o meu futuro mais sangrento.
|
|