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Poesias-->Teu Corpo -- 05/09/2003 - 13:54 (Roberto Ponciano Gomes de Souza Júnior) |
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Teu Corpo
Com tua pera dura
Saciaste-me a sede
Ao provar teu seio
Não mais pude
Beber de outro leite.
Teu corpo, fruta madura
É imponente e firme.
Se me prende com tuas pernas
Adentro a terra como um mineiro
E escavo-te sófrego
A buscar-te o ouro em gozo escarlate.
Se tuas pupilas me olham
Entro em teu espelho
Esvai-me, em teu labirinto
Meu ser e toco-te a nuca por dentro
Encontrando, de tua alma, o ponto g.
Se ris, todos se calam
A limpidez deste momento
É como a brisa e o girassol
Despetalando-se amarelo
Como teus pelos reverberando ao sol.
Se choras, quero tuas lágrimas.
Respingos do amor entre o mar e a terra.
Gosto de sal de tua pele limpa
Em que caminho sentindo o ar do amanhecer.
Se te entregas, aprisiona-me.
Sinto meu corpo febril
Como se me escapasse
A alma pelo leite que te entrego
Escorrendo meu âmago como uma nascente
Por entre tuas pernas roliças e molhadas
Terra dentro de ti
Como a água por entre
Tuas raízes a beber-me e secar-me.
Mulher triunfadora.
Vôo de inocência e ternura.
Com tuas asas cortaste-me
E comeste minha carne crua
Cadela devoradora!
Suas unhas ainda estão cheias do meu sangue.
Preso em teu ventre
Navego revolto teu rio toda noite.
Então me cospes e novamente me suga
Despedaça e devora
Nesta tua fome sem fim.
Partido em mil pedaços
O que restará de mim?
Nada.
Somente tuas garras em minhas costas
E minha voz que suplica
Para que me apertes
E que mil vezes me mate
Para que tantas vezes eu renasça
Numa erupção dura e máscula
A se aquietar somente dentro de ti.
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