Usina de Letras
Usina de Letras
13 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 


Artigos ( 63460 )
Cartas ( 21356)
Contos (13307)
Cordel (10364)
Crônicas (22586)
Discursos (3250)
Ensaios - (10765)
Erótico (13601)
Frases (51964)
Humor (20212)
Infantil (5642)
Infanto Juvenil (4998)
Letras de Música (5465)
Peça de Teatro (1387)
Poesias (141391)
Redação (3379)
Roteiro de Filme ou Novela (1065)
Teses / Monologos (2444)
Textos Jurídicos (1975)
Textos Religiosos/Sermões (6387)

 

LEGENDAS
( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )
( ! )- Texto com Comentários

 

Nossa Proposta
Nota Legal
Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Poesias-->Paisagem na Janela -- 05/09/2003 - 16:11 (Roberto Ponciano Gomes de Souza Júnior) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Paisagem na Janela



Matagais sorvendo o néctar dos brejos.

Crianças prazerosa em atolar seus pés

No negro da terra pastosa e viva.

Alegria ao sentir o vento roçar

A pele seca pelo sol forte.

Menino correndo atrás de bola no mato,



Fugindo dos mosquitos que formam a platéia

Dos aprendizes de uma arte tosca e divinal.

Costelas exibidas na pele esticada.

Esticada de bola rumo ao gol.

Pluma leve incontrolável em drible e travessura,

Chutando para estufar as redes do Maracanã quimérico.



Desejos de felicidade,

Sonhos azuis no barro vermelho.

Valas na rua onde crescem girinos.

Petiscos de rã pescados com barbante e sebo

Vida simples e livre,

Sofrida de lampejos de felicidade.



Amizade desinteressada,

Sentimento de grupo no madurar conjunto.

Explosões de sexo adolescente furtivo.

Vãos de escada, trilhos de ferrovia, construções abandonadas,



Filhos que vêm sem aviso.

Crianças geradas por crianças,

Paixão árdua em seguir em frente.



Vida em manifestação majestosa,

Sobrevivendo ao viver com o mínimo.

Meninos que transformam tudo em comida:

Amêndoas, caranguejo, carambola, coquinhos

A barriga enorme e vazia,

Ombros com clavícu1a saliente.

Pés em contato direto com a lama,

Uma relação mística com o solo.

Prazer que emana da terra negra

E envolve em prazer o frágil corpo magro

Urinar na relva molhada,

Viver com o corpo melado,

Enegrecido pelo lodo do brejo. -

Sujeira que não larga os pés.

Broncas de mãe na hora de entrar em casa.



Alegria trovejada por desavenças domésticas.

Amor fraternal e álcool.

Carinho e cinturão,

Centavos para doces.

Dentes cariados, remela nos olhos,

Narizes que escorrem, meleca na camisa.

Pedradas no trem de carga.

Brincadeiras sem brinquedo.

Grupos que correm numa geometria louca,

Formando figuras em meio a risos

A brincar mil piques na rua.

Hierarquia feita na valentia dos meninos.

Cachorros que vagam com um pedido no olhar

Comendo o lixo acumulado.

Mãos que alimentam cães, são as mesmas que acariciam,

São as mesmas que dão pedradas.

Bondade e pecado mesclados.

Um aprendizado de ser gente.

Um mundo que é destruído

Para ser recomposto diferente

Na cabeça de cada um.



Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui