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Poesias-->AMASSE -- 30/09/2000 - 12:03 (Anita de Souza Coutinho) |
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AMASSE
Hoje compreendi
A duras penas
Que não faço poesia
E sou verso e prosa
Em metáfora
Estrofe a estrofe
Toda rimada
Combinando tons de preto
Castanho e vermelho
Fazendo graça
Com virguladas passadas
Passeando pelas margens
Aqui da praça.
Não sou a poeta-poetisa
Cheia de chiquês,
Com cheques e cheiros
Botique na calçada desafinada
Sem nada que fique ou finque
Defina e afine
Toda melodia pré rimada
Compassada ensaiada que escrevo
E descrevo
Na qual sobrevivo
A cada abismo de fim de
Estrada- rumo- empreitada
Escrevo
Sentada
As pressas impressa
Tema- trema
Tremida
Secreta Alfazema
Tenho alma de poeta
Envelhecida
Poesia corre pelo sangue, diluída,
Poesia distraída
Me faz ser
Sendo e escrevendo
As vezes me amasso e
Me jogo no canto
No lixo dos rabiscos dos dias ruins
Horas mal redigidas,
Temas rascunhados
De lado, até que alguém
Passe
E me amasse...
Ah! Se alguém me amasse.
Sou a poesia
No canto
Decolada rasteira
Pousada sobrevivente
Vogal solteira
Perto da soleira
pouco sapateia
sobre meus ramos e quintais.
Talvez se você passasse
E me notasse assim, amassada
Me lesse, deduzisse e
Até me ouvisse
Pedir para que me amasse direito
Me tirasse do canto
Da fresta da porta
E me amasse
Ah! Se você me amasse...
Enquanto você não chega, não enxerga
Deixo quieta minha mente poeta
Porque agora um poema nasce.
Anita
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